Igreja Evangélica Luterana do Brasil

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PEL Jesus Salvador de Butiá - RS

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O disfarce do mundo 1 Co 1. 18-25.

Assisti a um filme nesta semana com o nome de O Primeiro Mentiroso, posso não ter entendido muito bem a idéia que o filme quis passar, mas a história é mais ou menos assim:
Imaginem um mundo, sem mentiras onde um cidadão comum, porém com a vida meio complicada, perde o emprego porque não era perfeito naquilo que fazia, não consegue a mulher que ama porque não era um par perfeito que gerasse filhos perfeitos, e para completar sua mãe estava morrendo e angustiada com a idéia da morte, e vendo que não podia lidar com tudo isso dentro de si, nem ter respostas para o que dava certo e errado em sua vida a certo dia inventa uma “mentira” que até agora não existia no vocabulário deste lugar.
Ele cria então a religião, um ser chamado o homem lá de cima (possivelmente Deus), um lugar bonito para onde as pessoas vão depois de morrerem (o céu), e um lugar cheio de sofrimento reservado para os que fizerem coisas más e ultrapassarem os três pecados ou transgressões permitidos por esse Deus (o inferno).
Este filme revela o dilema com que o ser humano tem que lidar suas limitações, seus erros e sua fragilidade, o filme nos leva diante da realidade da necessidade daquele cidadão de se inventar um Deus, para lidar com esses dilemas que aconteciam na vida dele, um homem comum que não era perfeito neste mundo onde só se dão bem os perfeitos, ou pelo menos acredita nisto, tirando o fato de as pessoas deste mundo não poderem mentir este lugar é bem parecido com o nosso mundo não é?
Eles usam esta figura que representa Deus para justificar ou atribuir seus erros, como se ele fosse culpado pelas atitudes que estes tomam e as conseqüências que vem junto delas, mas não tocam na questão de um Deus que os ampara mesmo durante as dificuldades e sempre esta com eles, dando seu único Filho para pagar por todos os seus pecados, por isso inventam essa história que para a realidade daquele mundo era loucura, mas que no fundo até ajuda a nós cristãos, mostra a um mundo cada vez mais divido entre seitas e religiões que prometem a salvação que longe de Cristo não há salvação.
Vemos assim que no fim das contas o Apóstolo Paulo está certo, pois, assim como no filme, na vida real no nosso convívio diário com as pessoas não crentes em Cristo, para estas não é possível nem compreensível um Deus que dá o seu único Filho por um mundo onde as pessoas só olham para seus umbigos e se preocupam somente consigo.
Isso é loucura para judeus e escândalo para gentios, na época de Paulo e hoje mais ainda, onde as seitas ou religiões pregam que podemos evoluir e ficarmos perfeitos assim como Deus, se reencarnarmos como dizem os espíritas ou fazermos boas obras para merecermos isso ou aquilo.
O apóstolo Paulo passou um ano e seis meses no meio dos corintios dedicado à proclamação da fé em Jesus Cristo.
Porém, agora o apóstolo Paulo vê que estes estavam regressando à estaca zero se desviando para a perdição que dominava a cidade e até duvidando do poder de Deus. E havia ainda a divisão em grupos que seguiam uns a Paulo, outros a Pedro e outros a Apolo como se estes estivessem acima de Cristo, e como se não bastasse tinha os falsos pregadores que eram muito bons no falar e convencer o povo, e que estavam conseguindo o que queriam levar os crentes para uma compreensão diferente da obra de Cristo.
E isso o apóstolo Paulo não pode suportar o Evangelho não pode ser adaptado ao ser humano. A palavra da cruz mesmo sendo loucura precisa ser mantida. Ele diz no vs 18:
Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. O que Paulo quis dizer com isso?
Podemos fazer uma ponte rapidamente com os pregadores que cercavam os cristãos em Corinto, eles não aceitavam a pregação de Paulo, se consideravam muito bons nas palavras, convenciam pelos seus argumentos, e manipulavam os sofredores usando a palavra “distorcida” vejamos bem não era a palavra pura, faziam tudo isso somente para se autopromoverem entre o povo e obterem prestígio.
Paulo não pregava nada disso para os seus, ele pregava a dependência que nós temos de um Messias que se entregou na cruz por todos porque são todos pecadores, que entrou em Jerusalém montado num jumentinho, que andou com os pobres e excluídos da comunhão de Deus, que comeu com gentios e publicanos, que tocou e curou doentes que ninguém sequer fingia se importar com o sofrimento.
Esse era o Cristo que Paulo pregava isso que era a loucura para muitos naquela cidade tomada pela corrupção e pecado, e essa era a realidade que rondava como um leão faminto os cristãos e pregadores da época, não muito diferente dos dias de hoje não é?
A TV nos bombardeia diariamente com novelas, propagandas, filmes e as mais diversas coisas que tornam o cristianismo e a obra de Cristo loucura ou “fora de moda” estudiosos que se denominam biblistas se acham no direito de escolher nos evangelhos o que Cristo pode ter dito ou não, imaginem decidem através de votação se Cristo realmente disse certa coisa ou não, e para nossa surpresa muito pouco dos Evangelhos sobram como ensinamento real de Cristo.
Para os sábios da época, um Cristo que veio pelos pobres, pecadores, ladrões, prostitutas, os incomodava e era visto como louco e essa loucura, a dos que se perdem por não aceitarem a esse Cristo que Paulo e tantos outros pregaram e pregam até hoje e que nós com a benção Dele mesmo também pregamos quando falamos do amor de Deus dando Cristo na cruz por todos os pecadores.
A cruz de Cristo e sua obra certamente incomodam o mundo e o diabo e estes lutam para que nós também vejamos a obra de Cristo que nos livrou da condenação eterna como loucura e nos debandemos para o lado do mal.
Preguemos esta loucura, pois Cristo é a nossa sabedoria da parte de Deus e ele mesmo nos diz e garante através do apostolo Paulo:
Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus.
Amém.

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