Igreja Evangélica Luterana do Brasil

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PEL Jesus Salvador de Butiá - RS

sábado, 21 de agosto de 2010

Vigiemos os bens do Senhor


 Inicio este sermão com as palavras da parábola onde Jesus exorta-nos a vigilância registrado em Marcos capitulo 13 com ênfase no versículo 34: “é como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie.
Assim como o homem deixa a sua casa aos cuidados de seus servos e lhes dá autoridade sobre os seus bens, Cristo nesta parábola explica a seus discípulos que de semelhante modo estes ficarão responsáveis por vigiar os seus bens, os discípulos não entenderam muito bem esta parábola de Cristo, mas, é realmente muito simples Cristo já sabia tudo o que ia acontecer consigo e o que refletiria sobre seus discípulos e a todo o restante do mundo, ele ausentou-se indo para junto do Pai deixando seus bens mais preciosos sob nossa responsabilidade e também da igreja como um presente para tornar nossa vida mais agradável aqui no mundo.
Esta propriedade da qual Jesus fala, na realidade é a vida que recebemos de Deus a qual é vivida dentro do mundo, e neste onde tantas raças vivem e trabalham é também um lugar muito produtivo, onde esta produção não é voltada somente para a alimentação e utensílios que auxiliam na vida do homem, mas, também nas artes, na música etc.
Dentro desta propriedade não vivem só cristãos que desfrutam e vigam estes bens que o Senhor concedeu ao homem, somos rodeados por diversas religiões, seitas e grupos que muitas vezes utilizam destes bens concedidos por Deus a todos, para o seu próprio bem, sem pensar no próximo e em suas necessidades, dentro destes bens que Deus coloca sob nossa responsabilidade podemos fazer duas divisões: bens espirituais e bens corporais.
Os bens espirituais podem ser compreendidos como toda a obra de Cristo desde seu nascimento até sua ascensão aos céus, dentre esses: a ceia, o perdão dos pecados aplicado pelo pastor em nome de Cristo, e o Pai nosso ensinado por Cristo como meio de comunicação direta com o Pai. Estes para a vida no mundo vindouro são os mais preciosos, pois, se administrados e recebidos corretamente com a devida reverência e convicção no que representam, tanto podem reforçar a certeza da salvação por meio de Cristo, como também podem levar a condenação eterna (juízo).
Porém não devemos menosprezar os bens corporais que Deus concede a nós como se só os espirituais fossem bons diante de Deus, pois, estes são dados por amor a nós, e dentre estes bens temos: a família, alimento, lar, amigos, pastor, enfim tudo que nos é dado em sinal de amor da parte de Deus para tornar nossa vida passageira neste mundo mais agradável.
Assim podemos ver claramente que Deus deixou para nós administrarmos tanto bens que alimentam nosso corpo e alegram nosso dia-a-dia, como bens que alimentam nosso espírito e garantem o fortalecimento da fé, perdão dos pecados, e que nos tornam nova criatura perante o Pai.
 Desde a nossa concepção já temos parte destes bens que Cristo nos dá, a partir do batismo somos reafirmados como filhos de Deus e aceitos como administradores e propagadores destes bens que não são nossos. E a maneira de vigiar e administrar estes preciosos bens é muito simples e clara, nosso “viver diário”, como marido para esposa, pai e mãe para os filhos e vice e versa, patrão para empregado, ou seja honrar e dignificar estes bens, assim como Cristo os honra e dignifica os conserva e abençoa.
Na igreja não é diferente a convivência com os irmãos na fé, o testemunho, o acolher o visitante e o necessitado, o gostar de ouvir e estudar a Palavra de Deus, o dar e o receber a Ceia do Senhor para fortalecimento da fé, o Batismo e vários outros, estão sob minha e sua responsabilidade, cada um administra estes bens conforme lhe for melhor.
Esta tudo a nossa frente como o banquete oferecido na Santa Ceia, basta nos achegarmos e nos apropriarmos do que não é nosso, mas nos é concedido por amor, tudo coopera para nossa felicidade e bem, como também para o bem e felicidade do próximo, mas, não posso ser egoísta e guardar este tesouro só para mim ou para os que são membros da igreja, muitos fora dos muros da igreja não conhecem a Cristo e a esse tesouro que Ele deixou também para estes os afastados e descrentes, Cristo mesmo nos mostra que Ele deixa as noventa e nove ovelhas e vai buscar aquela perdida Ele quer salvar a todos. Nós como igreja de Cristo estamos vigiando e administrando corretamente estes bens a nós confiados?
 Porém devido ao fazermos uso diariamente destes bens, caímos na tentação de às vezes não darmos o devido valor que eles realmente tem, pois os recebemos do Pai através de Cristo e em Cristo. Se a nossa família esta bem participo regularmente nos cultos, oferto, ouço a palavra, tomo a ceia  estou com saúde e me dou bem com os irmãos na fé, digamos a certo ponto minha relação com os bens de Cristo começa a se tornar meio que mecânica, perceberam a forma sutil que o problema toma? Pois é justamente nestes momentos que o diabo aproveita-se do excesso de confiança em nós para implantar uma idéia muito perigosa, de que mereço estes bens no caso a ceia, a obra de Cristo e a pregação da Palavra, pois, vou a todos os cultos e faço o meu papel de cristão. Cuidado!
Devido a tudo isso que vimos acima somos lembrados que com estes bens temos também responsabilidades dadas por Deus, nossos filhos, esposa, emprego, igreja dentre tantos outros a quem devemos satisfação e honra. Pois mesmo sendo imerecedores da Graça de Deus e de qualquer beneficio a nosso favor, Ele nos concede uma família que nos ama, uma congregação para pastorear, um emprego que traz sustento para os que amamos.
Sabemos que temos autoridade sobre estes bens que Deus nos concede imerecidamente, o respeito dos filhos, a compreensão da esposa, o lugar de mantenedor da casa. Mas esta autoridade não é a de subjugar (oprimir, ou humilhar), mas, zelar, amar e manter da melhor maneira possível o que não é nosso, mas sim do Pai.
Reconheçamos que não estamos sozinhos nesta vigília, temos todos estes bens que Deus coloca em nossas vidas de propósito, sim de propósito,a Ceia para fortalecer a fé,  perdão de nossos pecados para aliviar a culpa que carregamos, a Palavra que é Cristo, nossas famílias, nossos irmãos na fé, nossos pastores, sendo que todos estes estão ao nosso lado para nos ajudar a não desanimar pelo caminho e diante das provações, como também para dividirmos esta vigília que é permanecermos firmes em Cristo e em sua Obra, lembrando que este Cristo está vivo entre nós nos abençoando a cada dia e prometeu que vai voltar para julgar os vivos e os mortos.
Então que com a Graça de Deus nosso Pai e o poder do Espírito Santo e a doação de Cristo na cruz a nosso favor como o bem mais precioso deixado aos nossos cuidados, possamos nos manter firmes com os olhos erguidos para os céus na certeza de que esta vigília não foi não é e não será em vão, porque o objeto desta é Cristo, que nos dá a certeza da vida eterna.
Amem.