Jesus continua ensinando o povo e seus discípulos sobre o Reino de Deus e seus mistérios, que são revelados no próprio Cristo que esta diante deles, se mostrando através de sua vida, ensino e obra redentora.Jesus mais uma vez se utiliza da imagem da semente e da agricultura, justamente para encorajar aqueles que o seguiam, a continuar semeando a palavra libertadora, lembrando que nem sempre o resultado do nosso semear é visível.
O evangelho inicia falando do semeador: “Jesus disse: — O Reino de Deus é como um homem que joga a semente na terra”. Não temos a continuação do Evangelho nos explicando a analise do solo, mas, sim no que acontece quando o semeador está de folga.
Depois de semear, o homem dorme e não se preocupa com a semente plantada. Ele sabe que a terra produz o grão “por si mesma”. Exemplificando, ele deixa isso para Deus, que opera por meios desconhecidos pelo semeador. O semeador sabe que a colheita demorará, mas, com certeza virá.
Podemos perceber que nessa parábola nos é trazida a realidade do dia derradeiro, quando Cristo voltará para a colheita. O reino está presente tanto na semente quanto na colheita. Agora é um embrião (ele está presente na pessoa de Cristo e seu ministério), depois será a espiga cheia; é oculto agora, mas será plenamente manifestado para que todos os olhos o vejam, no dia do juízo final onde haverá a grande colheita de bons e maus.
Parece que Jesus quer encorajar tanto os que o rodeavam como a nós hoje também. Infelizmente às vezes desanimamos diante de tantos problemas e não temos a “paciência do agricultor” dita por Cristo.
Jesus deseja que continuemos semeando sua palavra, orando pelos que amamos e confiantes que a colheita virá. Pois, o próprio Cristo nos garante que faremos parte dos colhidos aos céus.
Olhando agora para a segunda parábola, temos que ter em mente primeiro o contexto em que estas duas parábolas foram contadas, o povo de Deus estava sob o domínio do império romano, e aguardavam ansiosamente que se cumprissem as profecias e que o salvador os libertasse do cativeiro romano.
Só que esperavam um salvador um pouco diferente de Cristo, alguém que tomasse mão de armas e trouxesse um Reino de poder e fartura, diferente da vida sofrida que os filhos de Deus levavam.
Eis que o Salvador vem, como que uma semente de mostarda pequena e quase invisível nascendo humildemente em uma estrebaria em meio a animais, filho de um carpinteiro e de uma moça simples, mas que mostrava seu poder falando com autoridade aos rabinos nos templos.
Este mesmo salvador começa a buscar discípulos, chama pescadores que não tinham uma fama muito boa, publicanos cobradores de impostos, pessoas que não eram bem vistas pelo povo, esse Jesus os queria como semeadores do Reino.
Eles o seguem, sem saber bem ao certo o que seria este pescar homens que o Senhor fala e iniciam seu discipulado junto de Cristo, semeando a palavra a todos os que os rodeavam.
Se olharmos para como o povo vivia, era de se esperar que eles quisessem que os romanos fossem vencidos por um grande rei e salvador, mas, que age contrário à lógica humana, na humildade que Jesus mostrava quem Ele era realmente.
Difícil acreditar que um salvador que queria servir, ao contrário de ser servido pudesse libertar o povo, afinal que tipo de Rei é este? Jesus está nos lembrando a não nos deixarmos levar pelas aparências, Deus age na contramão da lógica humana, morte trás vida, os servos serão servidos, os que choram sorrirão nos céus.
O reino dos homens é cheio de pompa e luxo, de força e poder, o reino de Deus de amor e respeito ao próximo, do servir sempre e não o ser servido.
Fazer parte deste Reino é agir diferente do mundo, pois, como cantamos no hino do hinário luterano: “Estamos no mundo, mas, dele não somos, aqui nós vivemos distantes do lar. A nossa morada de paz se reveste, a pátria celeste é o nosso lugar...”.
Este reino continua sendo insignificante diante de alguns, que ridicularizam e zombam dos cristãos e de Jesus Cristo, mas, temos que continuar firmes a semear, pois, onde a palavra é lançada o Espirito Santo a faz germinar nos corações, assim como o sol e a chuva fazem a semente apodrecer, e romper a casca e o solo que a envolve trazendo vida a uma nova planta.
Assim a palavra de Cristo mostra que a visão total do Reino de Deus se aproxima, e atinge novos corações a cada novo dia onde sua palavra é pregada e os sacramentos administrados entre os crentes.
O grão de mostarda nos relembra, que o Reino de Deus não pode ser medido ou pesado por nossas medidas, e muito menos afirmado e controlado por nós seres humanos falhos.
Os cristianismo é objeto constante de estudo, pesquisas tentam desacreditar a bíblia e a vida e obra de Cristo pela humanidade, sem dizer da criação do mundo e tantas outras barbaridades que vão contra as sagradas escrituras, distorcendo o que nos é mostrado por Deus na sua palavra.
Mas o reino está ai firme, nos mantemos na fé, única e exclusivamente pela graça divina, e muitos ainda são acrescentados à família cristã, trazidos pelo Espírito Santo a confiar no Deus que confiamos.
Posso estar falando agora a um irmão ou irmã, que enfrenta uma dificuldade que parece impossível de ser vencida, um problema que parece estar fora até da solução Divina.
Mas, assim como Cristo suportou tudo em nosso lugar, foi crucificado, morreu, mas ressuscitou no terceiro dia, mostrando a todo o mundo que Ele é o Filho de Deus, e que veio para dar sentido completo a esse Reino. Você não está sozinho na sua luta, podemos estar à sombra da cruz sim, devido ao nosso pecado e com nossos problemas e dificuldades, mas Cristo está junto de nós nos conduzindo com sua mão amorosa, a cada tombo que levamos nos levantando.
Cristo veio para nos mostrar que assim como a semente de mostarda insignificante, pequenina, cresce e se torna a maior das hortaliças, chegando a ceder seus galhos como sombra e abrigo para todos os pássaros e animais. Deus Pai em Cristo e em seu sacrifício em nosso lugar nos ampara sobre seus braços, não nos deixando perecer sozinhos em nossas aflições e pecados.
Se você se acha insignificante e esquecido por todos ou as pessoas o fazem pensar assim, lembre-se que Cristo mesmo sendo humilde e morrendo na cruz para servir a um mundo que não merecia, nos mostrou que esse amor é endereçado a todos nós pecadores, que fazemos parte deste reino aqui e na eternidade.
Todos estamos debaixo desta frondosa árvore que é Deus Pai, sendo confortados, protegidos, curados e amados, aguardando a consumação da colheita que se aproxima, para vivermos em plena alegria com nossos amados que já partiram, todos fazemos parte deste reino, quem nos garante é o próprio Senhor. Amém.
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